Eu tive um super professor na UESC. Lembro de várias coisas que ele ensinou em sala de aula. Uma vez ele disse mais ou menos assim:
As empresas nos veem como clientes; o governo nos vê como eleitores; quem nos vê como cidadãos?
Ele questionava a nossa má formação política. Porque quando somos estudantes, muitas vezes, parece que a única preocupação é a de formar pessoas aptas a serem aprovadas no vestibular e aceitas no mercado de trabalho.
E como eu já escrevi antes, nós somos seres políticos, mas nem sempre entendemos o que é isso. Nem sempre acompanhamos política, e nem sempre temos convicções políticas bem embasadas.
Ou pior ainda: nem sempre as nossas atitudes são compatíveis com o nosso discurso. Quando perdemos a capacidade de respeitar e tolerar, nossas ideias deixam de ir.
Essas eleições, para mim, estão sendo um grande aprendizado sobre ouvir e sobre compartilhar. Afinal, como disse Mano Brown, não dá pra acreditar que um monte de gente que eu gosto (e que gosta de mim) simplesmente virou monstro.
No mundo todo, está acontecendo uma onda de conservadorismo e de figuras extremistas. Temos, portanto, uma grande oportunidade de fazer a nossa cama. Porque enquanto um posicionamento político prevalece, sua oposição se fortalece. Vamos ser espertas(os) e ficar atentas(os).
Quando chegar a nossa hora, precisamos ser melhores.
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